Ronaldinho entra e dá vitória ao Fla sobre o Atlético-PR no Engenhão (Postado por Erick Oliveira)
Agora, o Flamengo terá o empate e até derrota por um gol, desde que faça algum, no jogo de volta para passar de fase na Sul-Americana, algo também inédito. A segunda partida está marcada para o dia 24, na Arena da Baixada. O próximo adversário do brasileiro classificado sairá da partida entre Nacional-URU e o vencedor de Fénix-URU x Universidad de Chile.
A notícia não muito boa da noite para a torcida do Fla é que o Corinthians empatou sem gols com o Santos, na Vila Belmiro, e reassumiu a liderança do Campeonato Brasileiro.
O jogo, se é que houve jogo no primeiro tempo
Os astros do Flamengo, Ronaldinho e Thiago Neves, ficaram no banco - assim como Wellinton, Renato e Deivid, outros titulares poupados - e antes da partida ganharam mais a atenção de cinegrafistas e fotógrafos do que o time misto que entrava em campo. E a equipe que Vanderlei Luxemburgo escalou tinha um esquema que pouco agradara antes, o 3-5-2. Com ele, o Flamengo havia atuado muito mal contra o Atlético-MG, no Brasileiro, e só conseguiu virar o jogo e golear quando ele foi desfeito no segundo tempo.
Como era de se esperar, o Flamengo partiu para o ataque em busca do gol, com Diego
Mauricio se movimentando pelos lados do campo para auxiliar os laterais para servir Jael. Mas o centroavante não ficou tão fixo na área e num chute de fora da área quase abriu o marcador no início do jogo. O Atlético-PR, também cheio de reservas em campo (dos titulares, apenas Cleber Santana e Morro Garcia foram escalados por Renato Gaúcho), deu prioridade ao sistema defensivo, só indo à frente esporadicamente, em contra-ataques. O grande problema das duas equipes e de quem assistia ao jogo foram os muitos passes errados que prejudicaram o andamento da partida - foram 39 na primeira etapa, sendo 20 dos donos da casa e 19 dos visitantes. Quem fez parte do espetáculo talvez ponha a dívida na conta do já castigado gramado do Engenhão, mas as falhas se deram muito mais por precipitação, desentrosamento ou incompetência mesmo.
Um jogador em especial errava quase tudo o que tentava, Bottinelli, escalado como principal articulador do meio-campo do time carioca. E, depois de um bom início, Diego Maurício também começou a travar as ações ofensivas do Flamengo, que, com isso, não conseguia exercer a pressão que planejava e facilitava a tarefa defensiva do adversário.
O goleiro Santos é que quase engoliu um frangaço após chute de Luiz Antônio e teria certa razão se culpasse o gramado, porque um montinho - ou buraco - à sua frente quase fez jus ao apelido de artilheiro. Sorte do arqueiro foi ter conseguido desviar um pouco a trajetória da bola, que passou raspando a sua trave direita. Logo depois, o técnico do Atlético-PR teve de fazer uma alteração e pôs mais um reserva em campo: Rodriguinho saiu lesionado e deu lugar a Edigar Junio.
Os erros se sucederam, poucas chances foram criadas e o 0 a 0 foi de uma obviedade inquietante. Pelo que se relatou acima, por mais boa vontade que se tenha, a verdade é que a primeira etapa foi boa só para curar insones.
Segundo tempo muda com entradas de astros do Fla
No início do segundo tempo, um susto: Junior Cesar e Robston se chocaram de cabeça, caíram, saíram de campo, mas logo voltaram. As duas equipes retornaram com as mesmas formações da etapa inicial e os mesmos equívocos. Mas desta vez quem primeiro ameaçou abrir o placar foi o time paranaense, em forte chute de Cleber Santana que Felipe mandou a escanteio. Em seguida, Jael quase completou para o gol uma boa jogada de Diego Maurício pela direita.
No entanto, a paciência de Luxemburgo com seu time misto já havia ido embora, e a pequena torcida flamenguista presente (4.266, sendo 2.761 pagantes, que proporcionaram uma renda de R$ 71.450) pôde finalmente vibrar, aos 15 minutos, quando o treinador chamou Ronaldinho, Thiago Neves e Renato e os colocou em campo nos lugares de David Braz, Diego Maurício e Luiz Antônio, respectivamente.
A partir daí, o Flamengo parecia outro time - e na verdade era. As chances de gol logo começaram a surgir, e o Atlético-PR se entrincheirou ainda mais. Renato Gaúcho deixou claras as suas intenções ao colocar o volante Renan no lugar do centroavante Morro Garcia, aos 23 minutos.
Em dez minutos, o Flamengo de Ronaldinho, Thiago Neves e Renato criou mais e melhores oportunidades de gol do que em mais de uma hora sem eles. Mas o tempo foi passando e bola na rede, que é bom, nada. Com isso, o time paranaense passou a se sentir mais confiante e a arriscar alguns ataques, aproveitando o fato de o adversário ter reduzido o seu poder de marcação.
E foi Ronaldinho que acabou resolvendo o problema. Deu passe perfeito para Jael sofrer pênalti de Santos e depois cobrou com precisão para deixar o Flamengo na frente do marcador, já aos 37. O Atlético-PR ainda tentou empatar, mas Felipe garantiu o 1 a 0 construído e concluído por Ronaldinho.
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